
Marília, de que te queixas?
De que te roubou Dirceu
O sincero coração?
Não te deu também o seu?
E tu, Marília, primeiro
Não lhe lançaste o grilhão?
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
Em torno das castas pombas,
Não rulam ternos pombinhos?
E rulam, Marília, em vão?
Não se afagam c'os biquinhos?
E a prova de mais ternura
Não os arrasta a paixão?
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
Já viste, minha Marília,
Avezinhas, que não façam
Os seus ninhos no verão?
Aquelas, com que se enlaçam,
Não vão cantar-lhes defronte
Do mole pouso, em que estão?
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
Se os peixes, Marília, geram
Nos bravos mares, e rios,
Tudo efeitos de Amor são.
Amam os brutos ímpios,
A serpente venenosa,
A onça, o tigre, o leão.
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
As grandes Deusas do Céu
Sentem a seta tirana
Da amorosa inclinação.
Diana, com ser Diana,
Não se abrasa, não suspira
Pelo amor de Endimião?
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
Desiste, Marília bela,
De uma queixa sustentada
Só na altiva opinião.
Esta chama é inspirada
Pelo Céu; pois nela assenta
A nossa conservação.
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Não deve ter isenção.
Tomás Antonio Gonzaga
De que te roubou Dirceu
O sincero coração?
Não te deu também o seu?
E tu, Marília, primeiro
Não lhe lançaste o grilhão?
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
Em torno das castas pombas,
Não rulam ternos pombinhos?
E rulam, Marília, em vão?
Não se afagam c'os biquinhos?
E a prova de mais ternura
Não os arrasta a paixão?
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
Já viste, minha Marília,
Avezinhas, que não façam
Os seus ninhos no verão?
Aquelas, com que se enlaçam,
Não vão cantar-lhes defronte
Do mole pouso, em que estão?
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
Se os peixes, Marília, geram
Nos bravos mares, e rios,
Tudo efeitos de Amor são.
Amam os brutos ímpios,
A serpente venenosa,
A onça, o tigre, o leão.
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
As grandes Deusas do Céu
Sentem a seta tirana
Da amorosa inclinação.
Diana, com ser Diana,
Não se abrasa, não suspira
Pelo amor de Endimião?
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Queria ter isenção?
Desiste, Marília bela,
De uma queixa sustentada
Só na altiva opinião.
Esta chama é inspirada
Pelo Céu; pois nela assenta
A nossa conservação.
Todos amam: só Marília
Desta Lei da Natureza
Não deve ter isenção.
Tomás Antonio Gonzaga
2 comentários:
Selma: Seu e-mail me trouxe alegria e tristeza. Alegria por saber que posso, de uma certa forma, ajudar alguém; tristeza por sua perda. Eu, também, estou entregando minha mãe ao Pai Maior. Ela está com 90 anos e uma doença em fase terminal. Cuido dela há cinco anos e, dia-a-dia estou exercitando o desapego para que ela possa ir livre para a Luz. Perdi meu pai há algum tempo, já perdi um filho e três maridos. Sei o quanto as perdas são dolorosas! Estarei pedindo a Deus por sua recuperação emocional. Ele é um Pai maravilhoso, que vai aos poucos colocando um unguento milagroso em nossas feridas e, quando percebemos, já não dói tanto e fica uma eterna saudade.
Sinta-se abraçada com todo o meu amor,
Maria Luiza
Ah, esqueci de dizer: lindo o seu blog. Quanto ao sininho, não se izer-lhe como consegui. Segui o conselho de uma colega blogueira. Tentei e deu certo, depois de mil tentativas. Vc pode perguntar a ela, é um amor de criatura, com um coração enorme. Seu nome é Valéria. Seus blogs são: Encanto em Palavras, dolce Algodão e Doce Filosofia.
Bjs,
Maria Luiza
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