segunda-feira, 8 de julho de 2013

ESCREVO PARA NÃO MORRER...




Para não morrer, para não explodir,
Para desabafar meus sentimentos,
Esta força que me avassala e oprime,
É por isso que escrevo!

E por que tenho vida - vou escrevendo;
Meu interior pede a tradução em letras e versos
Do que se agiganta em mim...

Escrevo, enfim, para renascer.
Pois o turbilhão que minh´alma encerra
Me lança a estratosfera...

Escrevendo chego ao infinito,
E como uma onda num oceano de areia,
Densa, vou num crescendo, rolando nas dunas...

Escrevo, pois preciso dizer o que aprendi!
Muitas coisas nos esperam além da estrada,
Da imensidão, indizíveis e invisíveis a olho nu,
A eternidade!

E escrevo, enfim, para que caibam dentro de mim,
Todas as angústias e dores que carrego,
E antes que eu desabe, como um grão de areia
Que se joga ao vento,
Escrevo para não morrer....


Delasnieve Daspet

NOITE




Ó noite sombria e gélida, escuta
Este meu silêncio mortificado,
Este singelo som enfeitiçado
Sepultado na mais escura gruta;

Sente esta profunda dor que em mim mora,
Esta imensa saudade que em mim chora
Ao recordar momentos de opulência
Na derradeira idade da inocência;

Vê estes olhos que nada vêem,
Pobres, caíram na eterna cegueira
E entregaram-se à mais suja poeira!

Fala-me dos teus felizes horrores,
Desses teus castos e honrosos temores...
Como eu te invejo minha noite amiga!


Teresa Sousa

VIDA URBANA



Cidade Natal dos meus anseios delirados
dos meus dias amargurados
de caos dentro de mim
... Cidade sem fim nas esquinas
louco destino feito de ruas e becos
onde me perco como a neblina

Cidade dos meus desejos incontidos
sacudidos neste vento
vindo dos subúrbios da agonia
... só o que me dá contentamento:
poesia


Xavier