Ó noite sombria e gélida, escuta
Este meu silêncio mortificado,
Este singelo som enfeitiçado
Sepultado na mais escura gruta;
Sente esta profunda dor que em mim mora,
Esta imensa saudade que em mim chora
Ao recordar momentos de opulência
Na derradeira idade da inocência;
Vê estes olhos que nada vêem,
Pobres, caíram na eterna cegueira
E entregaram-se à mais suja poeira!
Fala-me dos teus felizes horrores,
Desses teus castos e honrosos temores...
Como eu te invejo minha noite amiga!
Teresa Sousa
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