domingo, 7 de fevereiro de 2010

COMO UM VENTO NA FLORESTA




Como um vento na floresta
Minha emoção não tem fim
Nada sou, nada me resta
Não sei quem sou para mim
E como entre os arvoredos
Há grandes sons de folhagem
Também agito segredos
No fundo da minha imagem

E o grande ruido do vento
Que as folhas cobrem de som
Despe-me do pensamento
Sou ninguém, temo ser bom.

Fernando Pessoa

Nenhum comentário: