terça-feira, 15 de junho de 2010

OLHOS



Minha morada tem janelas
Por onde entram imagens
Invertidas e pervertidas,
Cujas vidraças e vitrais,
Presos às esquadrias de minhas seguranças,
Ocupam-se em traduzi-las
E transformá-las em imagens doces.

São imagens de minha liberdade

E de minha demência
Que minhas paredes impermeáveis
Impedem-me de tocar
Aprisionando-me em meus tantos temores.

Mas cuido para que minhas janelas,

Seus parapeitos e paralelos,
Estejam sempre perfumados e enfeitados
Com pétalas e parapétalas
De florestas encharcadas de cores.
E que seus vidros e olvidos
Estejam sempre aquecidos
Com luzes encantadas e lustrais
E com uma luz azul sem fim
Capaz de produzir universos
Inventar canções eternas,
E desenhar um céu cheio de horizontes.

Porque é por elas que um dia,

Arrebentando todas minhas resistências,
Fugirei, voando, para bem longe de mim.


Oswaldo Antônio Begiato

5 comentários:

Emilene Lopes disse...

Linda poesia, bela escolha minha amiga...
Bjs de boa noite!
Mila Lopes

Michelle disse...

Linda poesia mesmo... Fiquei imaginando quais são as imagens de minha liberdade...
Beijos!
Michelle

Socorro disse...

Linda poesia e fiquei a pensar, até viajei...
Beijos!

Sônia Silvino (CRAZY ABOUT BLOGS) disse...

Boa noite, Sél!!!
Meu coração não consegue ficar longe do teu!
Vim desejar um domingo maravilhoso!!!
Sônia Silvino's Blogs
Vários temas & um só coração!
"Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala." José Saramago

Dalva Nascimento disse...

Também gosto muito de Begiato... e a chuva de coraçõezinhos tá linda!!!

Beijinho e boa semana!