segunda-feira, 17 de outubro de 2011

REDE NOTURNA


Chove.

Viro a taça degustando uma
saudade.

Não pergunte que eu lhe conto
até os silêncios que enterrei
na infância.

Deito na interrogação,
devaneio,
divãneio
e só calo reticente pra você
subentender.

Teço colcha em seu ouvido
ausente
com a linha que puxei
do carretel de meu
desejo.

Falarei de aprendizado,
de sorriso,
de esperança...
Não interessa.

Chove e é madrugada.

As palavras são somente
porque não há beijos.


Raiça Bonfim

Um comentário:

Miriam de Sales disse...

Sél,adoro vir aqui. bjks