segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

A MEDIA LUZ



Sempre reneguei o tango
e os entusiastas de Gardel,
(longe de mim a passional postura
eivada por desolação e dor),
o amor sempre em mim a eterna nuvem
e um campo de mais alvos lírios
onde jamais choveu.
Cerrei as tendas, afastei o bruxo,
mas na contrapartida
adiei o fruto, me ceguei à cor.


Violinos eternos , bandoneóns ,
toquem-me hoje um tango crepuscular
e tardio, toquem, que desaprendi
o me bastar e o meu cismar sozinho,
à meia-luz meu coração é um bordel,
são girassóis que dançam -
todo chama, e torvelinho.


Fernando Campanella

Um comentário:

chica disse...

Linda e bem inspirada poesia! beijos praianos,chica