domingo, 30 de maio de 2010

OS IMORTAIS

Imortal
É quem sabe ler os lábios,
Obedecer aos olhos,
Ouvir o silêncio interior
E arrepiar a pele sem tocá-la.

Imortal

É quem sabe beijar sem boca
Nas horas mais agônicas da vida,
Inebriar-se com paisagens alheias
Mesmo com vendas escuras nos olhos,
Abandonar o sono letárgico
Sem a ajuda cruel do despertador,
Deixar-se penetrar sem fendas
Como óvulo à mercê do espermatozóide.

Imortal

É quem sabe amar sem coração.
É quem sabe absolver sem penitências.
Escrever sem palavras.
Perdoar sem crença.
Rezar sem fé.
Ensinar sem nunca ter aprendido.

Imortal

É quem morre à noite
Como um anão derrotado
E ressuscita na manhã seguinte
Como um gigante indomável,
Todos os dias,
O tempo todo.


Oswaldo Antonio Begiato

4 comentários:

Emilene Lopes disse...

Nossa, quanta intensidade, adorei esse poema, linda escolha.
Bjs Sel
Mila

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Querida amiga.

Imortal
é quem sabe ser amanhã,
em tempos que muitos
vivem do ontem.

Que haja sempre em
teu coração espaço
para os sonhos.

Milene Sarquissiano disse...

Que beleza ver esse imenso poeta por aqui.
Aproveito para convidá-la para a comunidade BEGIATO, O POETA ENCANTO.
Link no meu blog.

Bonito blog.

bjoss

Oswaldo Antônio Begiato disse...

Imensamente agradecido.
Imensamente.
Obrigado.