sexta-feira, 14 de maio de 2010

PERFIL


Não. Não tenho limites.
Quero de tudo
Tudo.
O ramo que sacudo
Fica varejado.
Já nascido em pecado,
Todos são naturais
À minha condição,
Que quando, por exceção,
Os não pratico
É que me mortifico.
Alma perdida
Antes de se perder,
Sou uma fonte incontida
De viver.
E o que redime a vida
É ela não caber
Em nenhuma medida.

Miguel Torga


Um comentário:

Emilene Lopes disse...

Olá Sel!
Passando pra desejar um belo fim de semana, e dizer que esse poema é maravilhoso...
Bjs
Mila