quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ode à Lua



Noite,

Bendito é o fruto do vosso ventre,
A lua
Placenta gelada
Em crateras, cavoucada
E crua
Estranha estrela
Essa, que não é
E brilha
Reluzindo luz alheia
Ultra-som celeste
Donde se há de ver
Jorge Guerreiro
Empunhando espada
Montado em Pégaso sem asas
Apagando o dragão em brasas

Dama de quatro quartos
Clara vela acesa,
Míngua
Luz de flor de lis,
Nova
Bendito ventre fecundo,
Crescente
Branca rosa aberta,
Cheia
Bola de cristal
Em órbita celeste
Feiticeira à baila,
Em rotação
Semeia aos poetamantes
Grãos de inspiração
E enche as marés
Em poema inundação
Iluminai viventes ao léu
Assim na Terra,
Como no Céu

Célia Sena

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