sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

RECORDAÇÃO



O nevoeiro é espesso
Baço como a recordação de ti
A chuva escorre latente na janela
E o vento murmura lá fora
Tudo gira e revira do avesso
Papeis esvoaçam e passam aqui
Tudo me lembra dela
E estou tão sozinho agora

Os meus olhos fecham
E regressas para me assombrar
Percorro as linhas da tua face
Suavemente com as pontas dos meus dedos
E os teus risos não me deixam
Ecoam sem parar
Sem que esta loucura me passe
Eu revivo os meus medos

Já está tudo tão distante
Tênue, desaparecido
Gasto como um velha fotografia
Despojada de todo o encanto
E assim continuo errante
Como se nunca tivesse sido
Como se nunca num esquecido dia
Te tivesse amado tanto.


João Natal

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