quarta-feira, 4 de maio de 2011

CAIS



Vai ficando deserto o cais antigo.
Partem os barcos, parte a marinhagem,
ora rumando ao sol de novo abrigo,
ora fazendo a derradeira viagem.

Já não se escuta o apitar amigo,
aviso de chegada ou de passagem,
e no abandono o cais guarda consigo
apenas sombras na feral paisagem.

Tudo vai silenciando, e silencia
também o mar, que outrora estremecia
carregando recados de emoção.

Barcos desertos. . . barcos em pedaços. . .
Ausências, e amarguras, e fracassos . . .
Quem não tem cais assim no coração?!


Graciette Salmon

Um comentário:

Claudia disse...

Que poema especial...adorei bjs