quarta-feira, 18 de maio de 2011

VERSOS RABISCADOS


Queria ser audaz como o vento.
Audaz, como nunca fui

Adentrar-te pele e pêlos,
E revolvê-los.


Queria ser voraz como um cão.

Voraz, como nunca fui

Abandar-te da água e da alegria

E depressa, sorvê-los


Em contraponto, queria ser delicada.

Delicada e formosa, como nunca fui

Solapar o perfume e a candura da rosa

E ofertá-los a ti, em elegia


Mas, sou pretensa.

E pretensa, persigo a arte de ser poeta

( Poetas adereçam os desígnios da alma

Rabiscam os versos com a ponta dos dedos,

E os apagam com a palma.)


Jeanete Ruaro

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