quarta-feira, 7 de setembro de 2011

LIBERDADE QUE ESTAIS EM MIM


– Liberdade, que estais no céu...
Rezava o padre nosso que sabia
A pedir-te, humildemente,
O pão de cada dia.
Mas a tua bondade onipotente
Nem me ouvia.

– Liberdade, que estais na terra...
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.

Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude, deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
– Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.


Miguel Torga

2 comentários:

chica disse...

Sempre lindas tuas escolhas!beijos,chica

Sônia Silvino (CRAZY ABOUT BLOGS) disse...

Tens muito bom gosto, minha amiga!
Beijinhos!